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COMO FUNCIONA UM HIDRÔMETRO DE ÁGUA?

As águas percorrem uma jornada de quilômetros quando retiradas dos mananciais e rios para chegar até as nossas torneiras. Temos conhecimento que muita coisa acontece no caminho dessa água e uma parte muito importante para as companhias de saneamento ocorrem nesse processo: a medição do consumo para posterior cobrança do que for utilizado. Para tal, é utilizado o hidrômetro de água.

Dentre tantos serviços envolvidos no fornecimento de água potável, a instalação e troca dos hidrômetros é responsabilidade das companhias de saneamento básico. Mas enfim, o que é um hidrômetro, como ele funciona e por que temos que pagar pelo que consumimos?

O QUE É UM HIDRÔMETRO DE ÁGUA?

O hidrômetro de água pode ser descrito como um aparelho de precisão que mede e registra o consumo de água. Você talvez conheça ele como medidor ou relógio.

Um ponto importante é que para diferentes tipos de clientes se utiliza faturamento e modos de medição diferentes.

O hidrômetro serve para uma cobrança justa, com base no que foi consumido.

Podemos afirmar também que o mesmo evita desperdícios e colabora com a preservação do meio ambiente.

Como muitos equipamentos, os hidrômetros de água possuem engrenagens e partes que sofrem desgastes ao longo do tempo. E isso prejudica obter uma medição correta.

O usuário pode pedir a instalação de forma gratuita e em alguns casos sua substituição se identificada alguma avaria ou degradação no mesmo.

É necessário também se atentar com o cuidado do equipamento visto que violações, furtos ou adulteração podem levar a multas e até outras penalidades se for considerado crime.


COMO LER UM HIDRÔMETRO?

Você pode ler seu hidrômetro observando a sequência de números que aparecem e anotando-os. A sequência obtida contém os metros cúbicos, centenas de litros e dezenas de litros.

Para verificar qual é o seu consumo diário, por exemplo, é só diminuir a leitura do dia anterior da leitura do dia atual. Observado isso, pode-se perceber o consumo exagerado e até detectar possíveis vazamentos.

Um exemplo disso é a técnica que consiste em fechar bem todas as torneiras, e todos os equipamentos que possam usar água, observando em seguida a posição do relógio de água.

Após uma hora, verifica se há diferença entre a leitura atual e a posterior. Caso haja, provavelmente você tem um vazamento.


TIPOS DE HIDRÔMETROS DE ÁGUA

Existem vários tipos de medidores, que devem ser usados para diferentes clientes, vazões ou até temperatura da água.

Os hidrômetros mais comuns têm uma hélice ou turbina na qual se posiciona um ou mais jatos de água movimentando-a.

Após esse contato, o girar da hélice registra o movimento em um totalizador que indicará a quantidade em litros ou metros cúbicos. Normalmente esse registro é usado para muitas residências e serve para água fria.

Existem modelos que funcionam com base na pressão que a água exerce saindo e entrando, registrando dessa forma o consumo.

Há porém medidores mais avançados que não possuem partes móveis e retiram o ar da contabilização.

Esse modelo possui uma comunicação integrada que auxilia no controle de consumo, tendo que facilita a leitura. Registra também dados ao longo do tempo com uma leitura inteligente que possibilita melhorias na prestação dos serviços. E opera ainda com uma bateria que tem vida útil de 16 anos, em média, não tendo qualquer impacto na conta de energia elétrica.

Vale ainda salientar que hidrômetros mecânicos são todos os sistemas que possuem transmissão mecânica. O que acontece é que uma turbina transfere os movimentos mecanicamente ao conjunto de engrenagens por um eixo que atravessa uma placa, separando a parte seca da parte molhada.


ERROS NO FUNCIONAMENTO DE UM HIDRÔMETRO

Nas condições normais que um hidrômetro pode operar temos a vazão nominal, sendo expressa em metros cúbicos por hora, contudo, os hidrômetros podem ter uma medição abaixo do esperado, ineficaz, chamada submedição. Podemos citar como as causas mais comuns:

  • Condições de instalação inadequadas;

  • Condição de operação baixa ou elevada;

  • Dimensionamento incorreto;

  • Falta de manutenção;

  • Erro de leitura (fator humano);

  • Condições do abastecimento;

  • Vida útil esgotada;

Portanto, para evitar erros de medição que vão influenciar no faturamento posteriormente, é feito uma previsão considerando o tipo do hidrômetro, consumo e sua respectiva vazão nominal. Se for identificado, por exemplo, que muitos hidrômetros estão próximos do fim da vida útil, a companhia de saneamento pode estabelecer um plano de hidrometração.

O índice de hidrometração é o cálculo que as companhias de saneamento realizam entre a quantidade de ligações de águas medidas e o total de ligações de água. Isso resulta em um percentual de medição do consumo de água para as companhias tomarem decisões.


MAS POR QUE O CONSUMO DE ÁGUA PRECISA SER MEDIDO?

A Lei do Saneamento Básico fala da cobrança pelos serviços realizados que garantem a sustentabilidade econômico-financeira das empresas de saneamento.

Assim, a hidrometração interfere conforme o artigo 29, § 1º, da referida lei, entre os quais podemos citar:

  • Inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;

  • Recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço em regime de eficiência;

  • Estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;

  • Incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.

A hidrometração está fortemente ligada a perdas em função de problemas de medição, seja pela falta de hidrômetros ou pela má condição deles, fraudes em ligações ativas, ligações clandestinas ou mecanismos de cobrança ineficientes.

Os fabricantes recomendam a troca de hidrômetros a cada cinco anos para que o equipamento não apresente submedição.

Geralmente, as empresas de saneamento consideram um prazo maior com a condição de serem monitorados e aferidos. A Portaria 246 do INMETRO determina a aferição de todos os hidrômetros em funcionamento há mais de cinco anos.

Quando o sistema de hidrometração apresenta idade elevada e não há um monitoramento adequado nem manutenção dos mesmos pode-se gerar graves erros de medição…e de faturamento!


AS PERDAS DE ÁGUA NO BRASIL

Sem dúvidas, um dos grandes desafios para as empresas de saneamento básico é a redução de perdas de água. Elas estão presentes em todas as partes de um sistema de abastecimento, desde a captação até as residências.

O Brasil tem reduzido modestamente as perdas de água ao longo dos anos, mas o índice ainda é alto: cerca de 37% em média. Esse volume preencheria seis sistemas Cantareira anualmente, de acordo com o Instituto Trata Brasil.

Para padronizar as medições, as perdas foram divididas em dois tipos: Aparentes e reais. As perdas aparentes são aquelas que chegam até o consumidor, mas não são cobradas adequadamente devido a fraudes, ligações clandestinas, falhas de hidrometração, falhas nas leituras, etc. Em uma visão econômica, as perdas aparentes recaem sobre o faturamento da empresa de saneamento. Por outro lado, as perdas reais são aquelas que se perdem durante o sistema de distribuição. Economicamente, os custos dessas perdas recaem sobre os custos de produção e distribuição da água.

As perdas de água geram impactos negativos para a sociedade, meio ambiente, receita das empresa e até mesmo aos investimentos necessários aos avanços do saneamento.

Quando falamos em faturamento das empresas de saneamento, o Instituto Trata Brasil estima uma perda de 39% no faturamento devido às perdas do sistema. Em 2013, ano de referência do estudo, isso equivalia a mais de R$ 8 bilhões ao ano de perda financeira.


E POR QUE ESTAMOS FALANDO DE PERDAS?

Porque o índice de perdas de água está intimamente relacionado ao índice de hidrometração! E mais, o índice de hidrometração se relaciona com o índice de faturamento.

Além de fornecer uma informação importante para a saúde financeira das companhias, o volume medido transformado em volume faturado é um instrumento de disciplina para o uso racional da água.

No dia a dia, torna-se difícil perceber hábitos de desperdício como manter as instalações hidráulicas em perfeitas condições evitando vazamentos ou manter as torneiras fechadas quando não estão em uso.

Por isso, através da instalação do equipamento para medir o consumo consegue-se uma noção real do quanto de água está sendo utilizada e é possível obter um maior controle.

E falando em faturamento, um dos grandes motivos de erros na medição são hidrômetros com problemas, tais como hidrômetros parados, com a cúpula riscada ou opaca e tempo de uso superior ao recomendado gerando submedições.

Os grandes consumidores merecem uma atenção especial nesse sentido, já que são responsáveis por uma grande parcela do consumo e faturamento da empresa de saneamento.


POR QUE O PLANO DE HIDROMETRAÇÃO É IMPORTANTE?

Muitas vezes as operadoras já possuem um plano de substituição de hidrômetros com avarias ou validade ultrapassada, porém quando o parque de hidrômetros já está ficando ultrapassado ou seu índice de hidrometração começa a ficar muito baixo pode ser a hora de pensar em um plano de hidrometração. Isso antes que comece a gerar perdas de faturamento relevantes para a empresa.

O planejamento é uma etapa muito importante e requer um estudo das condições do parque de hidrômetros a fim de verificar as necessidades para partir de um número viável para determinação do investimento e dimensionamento das equipes de trabalho.

Além disso, a etapa de planejamento permite avaliar os problemas existentes, as condições dos grandes consumidores e pontos de melhoria. O plano de hidrometração permite também atualizar os usuários do sistema de água.

Também é possível pensar em adquirir hidrômetros mais modernos que, por exemplo, permitam a leitura remota do consumo, planejando já o futuro dos processos da empresa.

O plano de hidrometração deve prezar pelo melhor gerenciamento, pela identificação de perdas, pela cobrança justa e pela identificação dos consumidores. Tais ações podem resultar na redução de custos, aumento de faturamento e redução do consumo de água.

A etapa de execução pode encontrar alguns empecilhos como a falta de mão de obra especializada para o serviço, exigindo treinamentos e capacitação.

Outro fator é a conscientização da população tanto para a liberação do acesso aos cavaletes da ligação de água quanto para a instalação do novo equipamento. É comum que se encontre dificuldades para alertar sobre a obrigatoriedade da hidrometração.

As condições das ligações de água também podem ser um grande problema. É possível encontrar um grande número de cavaletes fora do padrão ou danificados.

Por isso é muito importante que a equipe de execução esteja preparada para lidar com as mais diversas resistências.

Após a implantação é possível realizar um acompanhamento dos resultados gerados.

Haverá um período de adaptação dos novos consumidores, podendo elevar o consumo, até ocorrer a estabilização.

No final, será possível notar a melhoria no faturamento da empresa, uma maior eficiência ao combate às perdas de água... e quem sabe até a redução do valor do m3 de água cobrado.


CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE HIDRÔMETROS

Temos em nosso país muitos municípios que ainda não possuem um plano de hidrometração. Isso significa dizer que muitos não possuem um sistema de medição do consumo.

Esse último é o caso na cidade de Ouro Preto, que até 2019 não possuia hidrômetros em boa parte das ligações, ou seja, água fornecida mas não cobrada devidamente.

O que acontece por esse motivo é o consumo irracional de água chegando ao ponto de 550 litros/dia por habitante, tendo em conta produção por habitantes. Se compararmos com a cidade vizinha Itabirito, onde há hidrômetros nas residências, o gasto é de 167 litros/dia.

Percebe-se que há um racionamento quando a conta tem que ser paga, e ainda assim, ambos estão acima da média recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de 110 litros/dia por pessoa.

O fato é que essa prática estava levando a falta de água.

Em setembro de 2018 foi registrado o uso da vazão mínima no sistema que abastece 60% da população, pois não se consegue mais suprir a necessidade da população devido à falta de chuva e o já citado consumo exagerado.

É necessário que as autoridades compreendam a necessidade de um plano de hidrometração e a conscientização da população.


Uma coisa é certa, se não reduzirmos o consumo de água per capita e ampliarmos qualitativamente e quantitativamente o sistema de medição, viveremos constantes racionamentos uma vez que enormes obras de saneamento são necessárias para suprir a demanda crescente. Isto aliado aos efeitos climáticos que estamos presenciando nos últimos anos podem levar a graves crises de abastecimento.

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fontes de pesquisa utilizadas:

https://www.eosconsultores.com.br/


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